terça-feira, 22 de junho de 2010

COROA PORTUGUESA ANTECIPA INDEPENDÊNCIA

Entre 25 e 27 de novembro de 1807, certa de 10 a 15 mil pessoas embarcaram em 14 navios: a família real, a nobreza e o alto funcionalismo civil e militar da Corte. Traziam consigo todas as suas riquezas. Os soldados franceses, quando chegaram a Lisboa, encontraram um reino pobre e abandonado.

A viagem da elite porguesa não foi nada fácil, em especial devido a uma tempestade que dispersou os navios. Enquanto parte deles veio dar no sudeste, o que conduzia Dom João, aportou na Bahia, em janeiro de 1808. Em março, o príncipe regente preferiu transferir-se para oRio de Janeiro, que naquele momento era pouco mais que uma vila.

De uma hora para outra, o Rio se viu obrigado a alojar uma multidão de nobres e autoridades. Para os donos do poder, porém, na havia problemas. Dom João requisitou as melhores residências, simplesmente despejando seus moradores. Dali, agora, o Império Português seria governado.

Apesar dos transtornos, as consequências da vinda da família real portuguesa para o Brasil foram positivas e culminaram com o processo de Independência do país.

Para começar, ainda na Bahia, Dom João pôs fim ao monopólio comercial da colônia, decretando a abertura dos portos às nações amigas.

Todas as atividades no país se dinamizaram com a fixação da Corte no Rio de Janeiro. A necessidade de melhoramentos resultou em medidas que trouseram rápido progresso. Por exemplo, revogou-se a lei que proibia as indústrias em nosso território e promoveu-se a melhoria de portos e a construção de estradas.

A administração foi organizada pelo príncipe regente, com a criação de três ministérios, (Guerra e Estrangeiros; Marinha; Fazenda e Interior), a fundação do Banco do Brasil, a instalação da Junta Geral do Comércio e da Casa de Suplicação, esta última o Supremo Tribunal da época.

Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de reino, de modo que todas as terras protugesas passaram a chamr-se Reio Unido de Portugal Brasil e Algares. Com isso, o país deixava de ser colônia e ganhara um novo status político.

Nos tês anos seguintes, com a morte da rainha dona Maria Primeira (1816), o príncipe regente seria aclamado e coroado rei, como Dom João VI (1818). A partir de 1821, as capitanias passaram a ser chamadas de províncias e a divisão territorial do Brasil se aproximou da atual. A administração ficou centralizada nas mãos do rei e dos governadores das províncias a ele subordinados.

Culturalmente, o desenvolvimento no período também foi enorme: abriram-se teatros, bibliotecas, academias literárias e científicas, para atender não só à própria Corte, mas a uma população urbana em rápida expansão. Durante a estada de Dom João, a população da capital dobrou: de 50 mil para 100 mil habitantes.


Não se pode, porém, exagerar os resultados das transformações que o país sofreu. Apesar das medidas liberalizantes, por exemplo, a indústria não se desenvolveu, pois não poderia competir com a inglesa. A Inglaterra aproveitou-se de sua posição para impor a importação de seus produtos e o comércio exterior brasileiro logo se tornou deficitário. O caráter agrário do país só se modificaria definitivamente no século XX.


A administração portuguesa mantinha os traços do absolutismo, do que dá testemunho a imprensa: o principal jornal brasileiro de então, "Gazeta do Rio de Janeiro", era uma espécie de diário oficial e ainda assim, estava submetido à censurs. O único jornal brasileiro independente, que criticava a administração lusitana, era o "Correio Brasiliense", de Hipólito José da Costa. Contudo, era editado em Londres, entre 1808 e 1822.


Da mesma maneira, de um modo geral, os cidadãos portugueses eram privilegiados em relação aos naturais da terra. A manutenção da Corte exigiu um aumento de impostos. O nodeste se viu prejudicado com a concentração de poder no Rio de Janeiro (o que foi uma das causas da Revolução Pernambucana de 1817). Frustrações e insatisfações começaram a alimentar o processo de Independência, que foi beneficiado pelas grandes mudanças que também ocorriam no continente europeu e em Portugal.


Em 1815, Napoleão sofreu sua derrota definitiva em Waterloo e foi feito prisioneiro na longínqua ilha de Santa Helena, onde morreria cerca de seis anos depois. Em 1811, os exércitos nepoleônicos ja haviam se retirado de Porgual, que, entretanto, continuou a ser governado desde o Brasil.


Em 1820, eclodiu no país a Revolução Liberal, que visava enfrentar as enormes crises
que tomaram conta no país durante os últimos nove anos:

a) crise política provocada pela ausência do rei e dos órgãos de governo;
b) crise econômica, pois o fim do monopólio comercial beneficiou o Brasil e a Inglaterra;
c) crise militar, pois o comando do exército português estava nas mãos dos ingleses.


A Revolução Liberal teve um significado ambíguo para o Brasil, ao qual os revolunionários portugueses pretendiam fazer voltar a uma posição subordinada. No fim de 1820, uma junta provisória, governando em nome do rei enquanto exigia sua volta a Lisboa, resolveu convocar as Cortes (órgãos parlamentares) a serem eleitas em todo o mundo português e aprovar uma nova Constituição para o Império. Em mais de 200 deputados, o Brasil teria direito a cerca de 70.


Esse processo revolucionário acabou pondo Dom João VI em xeque. Sua permanência no Brasil podia significar a perda do trono. Assim em abril de 1821, ele embarcou para Lisboa com seu séquito (conjunto de pessoas que acompaham alguem por dever oficial, ou cortesia - comitiva). Em seu lugar deixou o filho Pedro, como príncipe regente. Da tensão entre a regência do príncipe e as pretensões recolonizadoras das Cortes de Lisboa resultaria a Independência do Brasil.


Dom João VI deixava o Brasil, acompanhado por 4 mil pessoas, levando tudo o que puderam, inclusive todo o outro que existia no Banco do Brasil. Grupos brasileiros tentaram impedir a volta das joias e dos bens do Tesouro para Lisboa.


Cantava-se nas ruas:


"Olho vivo,
pé ligeiro,
vamos a bordo,
buscar o dinheiro"


Bom estudo meus queridos!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário